quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Feliz Ano Novo (ou velho)

2009 chegou. Muitos planos, como sempre. Hora de começar aquele regime e (por que não?) dar uma poupada para fazer aquela viagem. Fé renovada e hora também de pagar algumas promessas atrasadas. Como fazia tempo que não escrevia no Blog, resolvi postar a lista de livros que quero ler neste ano. É isso mesmo. Quero. Não sei se vou conseguir, pois 2009 pretende me roubar todas as energias, já que é o último ano de faculdade. Enfim, vamos aos livros.
Travessuras de uma menina má, de Mario Vargas Lhosa.
Metamorfose e O Processo, de Franz Kafka.
Deserto dos Tártaros, de Dino Buzatti.
Crime e castigo, Dostoiéviski.
Meu nome não é Johnny, de Guilherme Fiúza.

Acho que para começar o ano, está bem grande esta lista, não é? Termino o post de hoje dando as boas-vindas aos leitores deste blog e convidando-os a continuar lendo os meus posts e comentando, quando possível. E que este ano seja um ano de muitas leituras (boas) para todos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Noemi e suas costuras

A casa número 8, de varanda grande, tem uma placa escrita “Costureira” e as portas sempre abertas. Assim que entro, noto que ela tem três cômodos e um corredor que os liga. Ouço vozes vindo do segundo cômodo, bato na porta pedindo licença e avanço até lá. Há duas mulheres conversando e uma delas segura o álbum de formatura de um rapaz.

- Essa foto aqui foi o convite dele. Muito bonita ela, eu que escolhi. Mostra a personalidade dele., diz a do álbum na mão, levantando uma foto.
- Bonita mesmo. - Noemi admira a foto. - Isso me lembra da formatura do Guilherme.
- A gente se emociona nesses momentos, né?
- Bastante. Principalmente por causa da homenagem que eles nos fizeram na formatura. Foi inesperada. Nos mostraram fotos da infância dos formandos e falaram tantas coisas lindas. No final, os formandos entregaram uma rosa para os pais. Foi muito emocionante. Eu e o Paulo choramos bastante.
- Imagino... Essas ocasiões sempre são emocionantes. Principalmente quando eles nos valorizam, né?

Noemi balança a cabeça, concordando. As duas ficam olhando para as fotos do álbum, saudosas, e, logo a seguir, a do álbum na mão decide ir embora. Noemi leva ela até a porta e lá se despedem, como boas amigas. Depois, a costureira volta para a pequena salinha e me olha, sorrindo. “É tão bom ser mãe, né? Tu não tens como saber ainda, mas vais saber um dia”.

Noemi tem cerca de 1 metro 55, cabelos castanhos e lisos na altura do ombro, olhos da mesma cor e nariz e boca pequenos. Está sempre sorrindo e sempre tem um causo novo para contar. Geralmente, o causo tem a ver com a vida dos filhos. Se orgulha bastante deles. É a primeira a sentar na frente da televisão no horário do meio-dia para ver o mais velho, repórter da TV Pampa.

Certa vez, o filho tinha que apresentar um programa e havia esquecido de abotoar a gola da camisa. Nos intervalos do programa, Noemi lhe ligou algumas vezes para avisá-lo do detalhe. Síndrome de costureira e de mãe coruja.

A sala em que Noemi trabalha tem cerca de 1 metro por 2 e paredes azuis. Seu espaço é ocupado por duas mesas com máquinas de costura, uma prateleira suspensa em cima das mesas com rolos de linhas de diversas cores, dois armários com metros de tecidos enrolados, duas cadeiras e um banco.

Mesmo que não profissionalmente, a costura sempre esteve presente na vida de Noemi. A mãe era costureira. E, puxando os traços maternos, a menina de 12 anos se encantou com a máquina de fazer costura que ficava na garagem. Entrava pé por pé por uma portinha e, escondida, ficava tardes inteiras no escuro descobrindo como pedalar na máquina. Ela cuidava para ninguém a flagrasse e a máquina até ajudava, pois não fazia muito barulho como as industriais. Ela nunca vai esquecer o primeiro bustiê que fez naquela época, naquelas tardes na garagem. A peça era vermelha com bolinhas brancas. Tinha uma tira comprida que se amarrava no pescoço, enquanto que outra tira se estendia horizontalmente até as costas. Quando viu a peça pronta, a menina riu e, realizada, foi mostrar para a mãe e aos outros familiares. A costura era algo intrínseco. Sempre lhe encantaram os retalhos, as cores.

Quando os dois filhos eram pequenos, Noemi fazia suas roupas, muitas vezes à mão. “A Sabrina era uma princesa, com vestidinho, sapatinho e topezinho tudo da mesma cor, combinando, feitos por mim”. Como as roupas era feitas a mão, ela tinha que tomar o cuidado de fazer a costura em zigue-zague para não desfiar.

Lentamente, a costura começou a ocupar mais do seu tempo. A filha mais nova estava na pré-escola e ia apresentar a peça “Alice no País das Maravilhas”. Noemi reuniu as mães das colegas da filha e resolveram juntas prepararem os figurinos da apresentação. “Algumas ali não sabiam costurar, mas pelo menos cortavam os tecidos. Outras faziam a nossa comida”. Assim, o figurino foi feito nos mínimos detalhes. Até hoje, Noemi se espanta quando lembra que elas conseguiram fazer até o casco de uma tartaruga.

No dia da apresentação, as mães prepararam uma surpresa. Depois da peça, uma delas subiu no palco e, com uma rosa na mão, falou:
- Quero fazer uma homenagem à nossa amiga Noemi porque, com certeza, sem ela não teríamos um vínculo de amizades tão forte como temos agora.

Em seguida, sob aplausos e ao som da música Amigos para Sempre, a mulher chamou Noemi ao palco e entregou-lhe a rosa. “Até hoje eu me derreto quando ouço Amigos para Sempre.”, fala Noemi, lembrando do episódio.

Dali por diante, Noemi começou a preparar os figurinos das apresentações no colégio da filha. Talvez por sentir muita falta dessa época que a costureira, até hoje, se envolva com as funções de preparar figurinos de apresentações de dança de colégios como o do Objetivo. Nestas épocas, costuma chegar as quatro da manhã no ateliê para costurar. Ela não prepara material, é tudo improvisado. No entanto, essa arte da improvisação não desmerece o seu trabalho.

A costureira organiza seu tempo milimetricamente. Alguns dias da sua rotina são só para costuras, enquanto que outros são só de reformas de roupas. “O tempo da gente é precioso.” Ela leva essa frase ao pé da letra.

Noemi é perita na arte da customização. Adota o dito de Lavousier como verdade: “na natureza nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma.” É para isso que serve a sacola de retalhos depositada no chão do seu ateliê. Ela emenda retalhos e “vê no que vai dar”. Foi assim que fez, por exemplo, várias jaquetas personalizadas para a filha, que as colegas tanto invejavam. As peças eram confeccionadas com sobras de calças jeans azuis. As pernas serviam para fazer os braços e, quando chegava nos antebraços, o tecido se abria numa trama de couro. Peça única.
Noemi não consegue se contentar com o comum. Em cada peça que costura, deixa a sua marca. Por isso, quando fazia vestidos de prenda, foi carinhosamente apelidada por um amigo do filho de Prenda Psicodélica, por inventar modas diferentes.

Noemi não fez curso de corte e costura e não tem nem sequer o segundo grau completo. Não pode ver ninguém fazendo algo novo que tem vontade de aprender. Quando ela tinha 12 anos, pedia para a prima lhe ensinar a bordar, tricotar, crochetar. Foi experimentando que aprendeu a costurar e, mais tarde, a pintar. Se auto-denomina mulher-bombril, pois possui “mil e uma utilidades”, entre elas, a costura e a pintura.

No ateliê, por exemplo, tem um porta-lápis de madeira verde-água, um quadro, um porta-chaves e inúmeros tecidos pintados pela costureira. As suas mãos estão sujas de tinta. A sua técnica, admirada por muitos, é simples. “Eu jogo a tinta e vejo o que acontece. Eu gosto de não saber o resultado. A natureza cuida do resto”.

Noemi possui uma ótima sintonia para cores. As pinturas têm um aspecto borrado, com diversas cores que nunca combinariam, misturadas. São esparramadas sobre o tecido, onde se distribuem heterogeneamente. São peças únicas.

Noemi valoriza muito as amizades que conseguiu com o trabalho. Não trocaria as clientes que se tornam amigas por nada. “O que vale é o que ta aqui e aqui”, diz ela, colocando a mão no coração e na cabeça. Ela acredita no espiritismo e no dito de que “nada é por acaso”. Sente uma necessidade muito grande de ensinar alguém. E foi assim, ensinando a costurar, que Noemi ajudou uma jovem carente de 15 anos, totalmente sem referência familiar. A menina era fechada e se chamava Stéfane. Noemi olhou nos olhos dela e se apaixonou. A partir da convivência, começou a conquistá-la com carinho e a investir nela.

Noemi nunca negou ajuda a ninguém e tem um cuidado enorme com as pessoas. Lamenta apenas que não existam mais pessoas solidárias no mundo.

Havia um homem alcoólatra que alugava uma peça do sogro de Noemi, na vizinhança. Ele era magro e tinha cerca de 43 anos, mas sua aparência indicava que ele tinha mais idade. Era uma pessoa muito sozinha e o que mais chamava a atenção de Noemi era que ele tinha uma educação especial e o português correto. A costureira e seu marido se acostumaram a almoçar e dar para o homem a comida que sobrava.

Numa manhã de vésperas de dia das mães, enquanto costurava no seu ateliê, Noemi escutou uma leve batida no vidro da janela que dava para a varanda. Levantou para ver quem era e, ao chegar no corredor, viu que era o homem. Ela abriu a janela. O sujeito segurava uma flor, colhida em algum canteiro de uma das casas. Falou:
- Bom dia, dona Noemi.
- Bom dia, seu Lucas.
- Amanhã é dia das mães e, já que não tenho mais a minha mãe, quero que tu represente ela.
Depois, ele entregou-lhe a flor. Noemi enche os olhos de lágrimas ao narrar esse episódio. Para ela, foi o melhor presente de dia das mães, porque foi de coração.

Noemi senta no banco de frente para a máquina e posiciona um rolo de linha ao lado da Overlock. Pega o fio e encaixa na agulha da máquina e, logo a seguir, pega o tecido fino, vermelho com detalhes em preto e branco de visco lycra (um tecido de algodão com cotton) que pretende transformar numa bata. Posiciona o tecido embaixo da agulha e vai controlando com o pé o movimento da agulha, de cima para baixo, movimento constante e que chega a fazer 4.500 pontos por minuto numa dessas máquinas de costura industrial. O tecido rapidamente desliza sob a máquina e os dedos pintados de tinta de Noemi. O barulho da máquina é constante e mecânico e se mistura com o som do rádio ligado. Depois que termina, faz as finalizações costurando à mão.

A costureira analisa a bata recém-costurada e já se levanta e parte para outra. Chega perto da mesa, pega um tecido azul e branco, de formas geométricas e de visco lycra (“o tecido do momento”) e corta-o. “Criar é a melhor coisa que tem. É uma viagem. Tu esquece do resto”.
Noemi deixa a criatividade tomar conta e o tecido, que minutos atrás eram um longo vestido, se transforma em retalhos. Enquanto tem os pedaços de pano na mão - e pensa no que fazer com eles - Noemi é levada pela música do rádio e começa a balançar discretamente as pernas, de um lado para outro. A música tocando serve para que a costureira não se sinta sozinha, já que passa o dia no ateliê. Mesmo assim, Noemi adota outras táticas para conviver com a solidão. Conversa com os tecidos, com as peças já prontas (“Vocês são muito fofas! Olha só!”), xinga as costuras que não deram certo. Enfim, descarrega suas energias no ambiente.

- Vamos lá, vamos encher esse ateliê de gente!, diz ela, balançando os retalhos nas mãos.
Depois de cantar um pouco, Noemi decide o que fazer com os retalhos. Vai fazer um vestido. Senta no banco junto à máquina novamente e vira o tecido ao contrário. Repete o mesmo procedimento feito na outra peça. Enquanto faz isso, Noemi continua contando causos sobre o seu filho, sobre a sua vida. Quando termina, aproxima a peça dos olhos. Levanta-se do banco e coloca-o junto ao corpo. “Pode ser tanto um vestido como uma saia”. Simples assim. Versátil.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Notícia interessante. Vasculhando pelos blogs e sites da internet, achei uma notícia sobre Tabajara Ruas. O autor de Netto Perde Sua Alma resolveu dar continuação à história (pelo menos no cinema) e lançou Netto e o Domador de Cavalos, que concorre ao kikito de melhor longa-metragem nacional no Festival de Gramado.

Veja a notícia completa

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ensaio sobre a Cegueira



Depois de ficar um tempo sem ler, escolhi entre as prateleiras da Cesma um livro que uma amiga minha recomendou. Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago realmente superou as minhas expectativas do autor e do livro.

Sobre o livro. Um homem fica, repentinamente, cego. É assim que começa o Ensaio sobre a Cegueira. O livro narra um surto de epidemia que torna as pessoas saudáveis em cegas. Por ser tida como cegueira contagiosa, o Estado coloca em alerta o país. Devido à situação de caos, personagens diferentes têm que se ajudar para lutar pela sobrevivência, já que todos perderam a visão.

Sobre o autor. Sempre achei que Saramago fosse um intelectual que escrevia numa linguagem difícil, quase inacessível. Talvez ele seja um intelectual (por conseguir pensar numa história tão boa), mas a linguagem de Saramago em Ensaio sobre a Cegueira é sedutora e simples. O autor consegue nos sensibilizar fazendo com que nos coloquemos no lugar das personagens da narrativa.

O jeito que ele narra história – misturando vozes e pensamentos interiores dos personagens com a narração do observador – nos prende a ela. Tanto que li as 300 páginas do romance em apenas uma semana.



Saramago ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.
Ensaio sobre a Cegueira vai virar
filme. Dirigido por Fernando Meirelles, ele estréia em setembro deste ano.

domingo, 20 de julho de 2008

A Casa das Sete Mulheres


Bem, como estou sem nada para ler (acabei de terminar um livro e não consigo me decidir qual vai ser o próximo da minha lista), vou escrever hoje sobre um livro que li há algum tempo e que releria com prazer. É o romance A Casa das Sete Mulheres, da gaúcha Letícia Wierzchowski.


Caso alguém não tenha ouvido falar dele ainda, o romance narra a história da família do General Bento Gonçalves na Revolução Farroupilha. Durante o conflito, que durou 10 anos, as mulheres daquela família ficaram morando numa propriedade no interior do Rio Grande do Sul, enquanto seus homens estão nas batalhas. A Casa das Sete Mulheres faz a gente ver a Revolução Farroupilha sob uma ótica feminina, das gaúchas que sofreram esperando seus homens voltarem (ou não) das guerras.

Não sei por que, mas acho que é coisa de gaúcho gostar de retratar a Guerra dos Farrapos de um jeito meio mistificado. Letícia faz o mesmo que Tabajara Ruas e mescla personagens reais com imaginários, reconstituindo aquela época tão longínqua. Gostei especialmente do jeito que o romance foi escrito, com diversos narradores (a maioria delas mulheres, logicamente).

Entrevista com Letícia

Fica aí a dica. Acho que vou aproveitar as férias para reler o romance.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Memórias de um gigolô


Estou atualizando o blog menos freqüentemente agora, por causa dos trabalhos da faculdade e mil coisas para fazer. Mesmo assim, entre um afazer e outro, antes de dormir acho um tempo para ler algumas páginas do livro Memórias de um Gigolô, de Marcos Rey. Dou muitas risadas lendo alguns trechos do livro que são narradas com humor – característica dos livros do autor.

Eu também li o livro Ópera de Sabão, escrito também por Marcos Rey, mas considero Memórias de um Gigolô ainda mais engraçado. O autor consegue criar um sujeito vagabundo, que não faz nada da vida e que ganha seu sustento nas costas dos outros. Ainda assim, quando o leitor conhece essa figura, em vez de odiá-la, ele se encanta com a sua vida fácil e ri das peripécias que o personagem tem para contar.

Sou uma apaixonada por literatura – acho que já deixei este fato claro, né? Mas, mesmo assim, confesso que são poucos os escritores brasileiros que já li. Isso porque tenho listas imensas e nunca sei por onde começar. Porém, do pouco que conheço da literatura brasileira (e dos livros indicados nesse blog), considero o humor do Marcos Rey em suas obras algo excepcional – perdendo apenas, talvez, para Luís Fernando Veríssimo. Mas isso fica para outro post.

Memórias de um Gigolô já foi transformado em filme (1970) e em minissérie da Rede Globo (1986)

Biografia de Marcos Rey

Entrevista com Marcos Rey

sábado, 24 de maio de 2008

1808


1808, de Laurentino Gomes, deve estar ainda na lista dos best-sellers das livrarias. Como estou lendo ele, resolvi escrever uma resenha, dando a dica. O livro descreve a vinda (ou fuga) da Família Real ao Brasil e de como esse acontecimento mudou os rumos da história do nosso país.

Laurentino começa fazendo um retrato dos membros da família real. Segundo suas descrições, o príncipe D. João VI era medroso e inseguro e, sendo assim, achou mais fácil fugir de Napoleão a enfrentá-lo. A vida pessoal do príncipe, da sua mãe louca e da sua mulher malévola é detalhada no texto do autor, que utiliza relatos históricos para fundamentar suas afirmações.
O livro retrata a elite do Rio de Janeiro em 1808 como sendo atrasada e simples, diferente das elites requintadas da Europa. Tudo é colhido de relatos de europeus que visitaram o país na época, convivendo com o povo e os costumes brasileiros.
Laurentino ainda mostra a transformação passada pelo Rio de Janeiro com a vinda da Família Real de Portugal. Os aluguéis subiram bastante e a Coroa Portuguesa nunca concedeu tantos títulos de nobreza num espaço tão curto de tempo.

1808 nos faz entender as origens do Brasil subdesenvolvido e “atrasado” em muitas questões como, por exemplo, a cultura. Entender isso requer analisar Portugal, país que colonizou o Brasil e que não possuía avanços científicos, pois a lei da Igreja era mais forte.

Laurentino Gomes é jornalista e, característico da profissão, escreve de maneira simples e direta. Seu texto, embora tenha fatos e depoimentos históricos pesados, é leve e fácil de ser lido.
Por fim, deixo um trecho descrevendo as mudanças na cidade do Rio de Janeiro, para que pensemos um pouco sobre os impactos ambientais do crescimento da cidade:
“Desde então, a cidade foi aplainada, aterrada, desmatada, perfurada, debastada – de modo que hoje seu traçado junto ao mar é quase irreconhecível quando comparado com o dos mapas da época da chegada da corte no Brasil”.